Bom dia a todos e a todas.
Estamos próximos ao início do período eleitoral e vejo muita gente afoita, querendo botar o carro na rua antes do tempo, queimando a largada, correndo risco de judicialização da campanha e cansando o eleitor.
Diante disso resolvi escrever para vocês.
Vamos a algumas informações básicas primeiro.
Campanha é como a comédia, o tempo é que faz a diferença. Você precisa saber o que fazer na hora certa. Um filme de sucesso raramente começa no ápice do riso nos primeiros minutos. Geralmente segue um padrão de narrativa em que o personagem e o seu universo são apresentados, o que inclui o seu jeito de pensar sobre o mundo. Depois vem o desafio e seu desenvolvimento, com conflitos e questionamentos. Por fim, vem a superação dos desafios e a valorização da jornada.
Isso resume a técnica que chamamos de storytlelling e tem uma aula dedicada a isso no Guia do Marketing Político, no curso de Construção de Narrativa e também no curso de Conteúdo para Campanhas Eleitorais.
Até o fim da primeira quinzena de campanha, é tempo de apresentar o personagem e seu universo. Não é tempo de propor. E se o candidato já for conhecido? Igual. Reforce a imagem, a reputação e, principalmente, os canais dele.
O segundo ponto é o entendimento do eleitor sobre a classe política. Não é de hoje que a moral dos políticos não anda muito boa. A eleição de 2018 foi a eleição da anti-política, o ápice do descontentamento. O eleitor quis acabar com o sistema.
Eu preciso alertar que essa situação não mudou muito. O eleitor médio continua cansado da política tradicional. Quanto mais tradicional um político parecer, principalmente no modus operandi, enchendo a paciência dele antes do tempo, com marcação de partido em imagens, fotos posadas e falas ruins, mais distante o eleitor ficará.
Por fim, temos o momento Covid-19. As cidades ainda estão lidando com o problema, já com certo esgotamento da população. Contudo, o eleitor não está preocupado agora com quem irá escolher. Ele primeiro está querendo saber se vai ter comida na mesa. A popularidade do presidente mostra bem como pensa o eleitor. A ajuda de 600 reais do governo fez com que o presidente aumentasse sua popularidade.
Não foram as bravatas ideológicas. O eleitor médio agora pensa mais nele e está menos receptivo a ideias, projetos, propostas de qualquer um.
Usar o tempo para propor algo para alguém que não quer e não lhe conhece bem, é gastar esforço com pouco resultado.
Usem o tempo para entender as pesquisas, ouvir as pessoas em vez de falar. Acolham ideias em vez de propor. Construam reputação, mostrando o conhecimento que têm sobre um tema, em vez de usar frases motivacionais sem sentido. Provoquem reflexões no eleitor com enquetes, com lives (assista o curso Como fazer lives com o candidato), com stories.
Pesquisem exatamente o que os eleitores querem para que, no momento oportuno, sua comunicação seja eficiente. Leiam a pesquisa sobre o perfil do eleitor conectado.
Isso é campanha eleitoral. O resto é amadorismo.